quinta-feira, 26 de setembro de 2013

a praxe.


a praxe na faculdade de arquitectura é uma coisa extremamente... é qualquer coisa. é cantar e berrar até ficar rouca, e semanas depois isto ainda não me passou. os veteranos cantarem músicas que ninguém percebe à primeira, e no final da praxe já não ouvimos mais nada no interior da nossa cabeça. andar de joelhos e ganhar nódoas negras por todo o lado. sair da cama para ir à faculdade de propósito para ser, de certa forma, torturada. rata amarela, tch tch tch. andar de transportes públicos a cheirar a caloira, toda suja com ovos, ketchup, farinha, vinho e sei lá mais o quê, não sentar nos bancos, ter cuidado para não todar nem um milimetro nas pessoas à nossa volta. o meu nome de praxe foi ornatos violenta, eu não sou violenta. observar os aspirantes, doutores, veteranos e todos eles, à procura dos futuros padrinhos, pensar na forma mais original de lhes pedir que o sejam, falhar redondamente e ter de repetir isso depois de uns copos de vinho, ou correr à volta do refeitório a gritar, e fazer o pedido em alentejano carregado. conhecer montes e montes de gente cujo nome não nos vamos lembrar, mas são pessoas de todos os cursos, todos diferentes, e depois quando acaba a praxe e andamos pela faculdade, vemos gente que conhecemos por todo o lado, e não os chamamos para os cumprimentar porque pura e simplesmente não nos lembramos dos nomes deles. o baptismo e levar com uma garrafa de água na cara, por parte da minha querida madrinha, que me engasguei toda de tal forma que tive de parar uns minutos para me recompor. tribunal de praxe, sentir-me mal, ficar sem ar, sair, voltar, fazer uma omelete de caloiro, chegar ao metro a cheirar a cinquenta coisas misturadas e pessoas dizerem "elaaah, grande festa!". 
e o que vi foi que durante aquela semana, estávamos todos fartos de andar de joelhos e comer pouco e beber muito, andar imenso e tratar toda a gente por "excelentissimo senhor", e agora que estamos todos a entrar em stress com os primeiros trabalhos, já pensamos que o melhor de tudo foi a praxe. 

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